Novo relatório da Habitat para a Humanidade vincula melhorias habitacionais em assentamentos informais a benefícios importantes para a saúde das mulheres

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Investir em assentamentos informais evitaria mais de 42 milhões de casos de violência baseadas em gênero.

Antes da Cúpula do Grupo dos Sete (G7) de 2025, um relatório inovador da Habitat para a Humanidade Internacional revela que melhorar as condições de moradia em assentamentos informais pode melhorar os resultados de saúde das mulheres.

O relatório, intitulado “Melhorias em assentamentos informais e a saúde das mulheres”, apresenta evidências de que milhões de casos de doenças e violência, bem como milhares de mortes evitáveis, poderiam ser prevenidos já no primeiro ano de investimento em moradia adequada e melhorias nos assentamentos informais. Com mais de 1,1 bilhão de pessoas vivendo em assentamentos informais em todo o mundo, sendo as mulheres as mais afetadas pelas condições de vida precárias, essas descobertas são mais relevantes do que nunca.

“Já sabemos que quando os moradores de assentamentos informais vivem melhor, tudo melhora”, disse Jonathan Reckford, CEO da Habitat para a Humanidade Internacional. “Agora sabemos que investir em assentamentos informais tem uma correlação direta com melhorias na saúde das mulheres. Os atores globais precisam reconhecer a forte conexão entre moradia e saúde, e integrar soluções habitacionais lideradas pela comunidade às políticas públicas de saúde.”

Principais descobertas

Por meio de análise preditiva e revisão abrangente de dados globais sobre saúde das mulheres, o relatório conclui que, durante um ano de implementação de melhorias habitacionais essenciais em assentamentos informais, o mundo poderia testemunhar:

  • 20,3 milhões de casos de doenças evitados, incluindo infecções respiratórias e reprodutivas, bem como doenças relacionadas ao calor. Essa melhoria na saúde das mulheres é comparável ao número de casos de paralisia evitados pela vacina contra a poliomielite em 37 anos.
  • 42,9 milhões de incidentes de violência baseada em gênero evitados, incluindo ao menos um em cada 17 casos de violência sexual.
  • 80.200 mortes evitáveis prevenidas, incluindo uma em cada quatro mortes maternas e uma em cada seis mortes por insolação.

O relatório enfatiza que melhorias adequadas na moradia (como melhor ventilação, saneamento, proximidade de serviços de saúde e o a áreas verdes) trazem benefícios significativos para a saúde das mulheres e o desenvolvimento sustentável de suas comunidades.

Um importante chamado à ação

A Habitat para a Humanidade convoca governos, doadores e parceiros implementadores a agir com urgência e de forma coordenada para enfrentar os desafios interligados da habitação e da saúde das mulheres.

  • Aos governos nacionais e locais: reconhecer a forte conexão entre moradia e saúde, especialmente para mulheres que vivem em assentamentos informais. Isso implica integrar iniciativas de habitação e melhorias urbanas, com foco em gênero e liderança comunitária, às políticas públicas de saúde.
  • Aos doadores, especialmente os Estados Membros do G7: adotar uma abordagem holística da saúde global que inclua investimentos adequados em habitação e compromisso com uma ajuda externa transformadora em termos de gênero, o que levará a soluções integradas e de longo prazo para o bem-estar de todos.
  • Às organizações implementadoras: incluir abordagens sensíveis ao gênero em todos os projetos, desde a infraestrutura até a prestação de serviços. As pessoas que vivem em assentamentos informais e seus aliados desempenham um papel essencial na formulação de políticas baseadas em evidências, promovendo a liderança feminina e preenchendo lacunas de dados.

Baixe o relatório completo.